A Câmara dos Deputados realizou sessão solene, nesta segunda-feira (22), em homenagem ao ex-governador Leonel de Moura Brizola, por ocasião da passagem do quinto aniversário de sua morte, ocorrida em 21 de junho de 2004, e para marcar os 30 anos da edição da Carta de Lisboa – documento considerado a “certidão de nascimento” do PDT. O deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), presidente nacional em exercício da sigla, e o deputado Brizola Neto (RJ). líder da bancada, foram os proponentes da solenidade. Conforme Vieira, o ex-governador dedicou a sua vida à construção de um partido para ser o instrumento de luta dos trabalhadores, dos pobres e oprimidos, para dar prioridade à educação e para lutar pela soberania nacional. “Não há homenagem maior que se possa fazer a ele do que ser fiel a essa causa”, discursou.
Vieira da Cunha iniciou seu pronunciamento lembrando que recebeu a notícia da morte de Brizola quando estava em viagem oficial à China, na condição de presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, integrando uma comitiva liderada pelo então governador Germano Rigotto. Ele recordou que, ao tomar conhecimento da triste informação, comunicou ao governador Rigotto que estava se desligando da delegação para voltar imediatamente ao Brasil, a fim de participar das cerimônias fúnebres. “Não teria chegado em tempo para o velório, não fosse a multidão que queria se despedir do governador Brizola no Rio de Janeiro, fato que postergou por um dia a chegada do corpo a Porto Alegre”, relembrou Vieira. O pedetista assinalou que o Rio Grande do Sul também parou para se despedir do líder trabalhista. Enormes filas se formaram com pessoas de todos os lugares que queriam dizer adeus ao ex-governador. “Ali, no salão nobre do Palácio Piratini, repousava para a eternidade o grande Leonel de Moura Brizola”, exaltou.
O ministro do Trabalho e Emprego e presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi, disse que a solenidade era um momento difícil para ele por se tratar de um evento marcado pela saudade, mas que serve também para reverenciar a história. “E só tem saudade quem amou profundamente. Como nós amamos profundamente Leonel Brizola, temos muita saudade dele. A saudade, que é um sentimento forte que fica no coração da gente, alimenta a história que constrói o futuro”, declarou. De acordo com Lupi, Brizola não suportava olhar para traz, era um homem de vanguarda. Para o ministro, a vida de Brizola se identifica com a de milhões de brasileiros que querem justiça social, direito à dignidade, lutam para acabar com a miséria, com a fome, que não suportam mais ver tanta riqueza acumulada num país continental e com tanta pobreza. “Aos 82 anos de idade, parecia um guri, andando pelo Brasil, questionando a tudo e a todos, não se submetendo jamais aos poderosos. Esse era o Brizola, questionador, corajoso, ousado. Não temia nada nem ninguém. É esse o exemplo que temos que seguir, fazendo dele uma inspiração”, exortou Lupi.
Além de Vieira, Lupi e Brizola Neto, falaram durante a sessão solene o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), os deputados Darcísio Perondi (PMDB-RS), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Flávio Dino (PCdoB-MA) e Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), e o jornalista José Maria Rabelo, signatário da Carta de Lisboa. Compareceram à solenidade o secretário-geral nacional do PDT, Manoel Dias, o ex-deputado João Vicente Goulart – filho do ex-presidente João Goulart –, o deputado estadual de Minas Gerais Sebastião Helvécio (PDT), e o ex-deputado federal e ex-líder do Governo Jango na Câmara Ney Ortiz Borges. O plenário da Casa foi tomado por centenas de militantes da Juventude Socialista do PDT, bem como por integrantes e dirigentes do partido.
O ministro Carlos Lupi informou que o presidente Luís Inácio Lula da Silva assinou ato outorgando a Leonel Brizola a Comenda Post Mortem da Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas, a maior honraria do Ministério do Trabalho e Emprego.
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