quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ex-presidente de Portugal Mário Soares diz que o socialismo está menor e lembra com saudades Leonel Brizola

Por Fernando Albrecht

FONTES:

Coluna Começo de Conversa – Jornal do Comércio – www.jornaldocomercio.com.br

Diálogo Socialista – www.dialogosocialista.wordpress.com

Ex-presidente de Portugal Mário Soares durante campanha presidencial

Aos 87 anos, o ex-presidente de Portugal Mário Soares (1986-1996), fundador do PS, mantém a jovialidade e a convicção política. Encontrado pelo grupo de jornalistas gaúchos, entre eles o editor-chefe do Jornal do Comércio, Pedro Maciel, que foi a Lisboa no primeiro voo da TAP, em um restaurante no Alcochete, a 40 quilômetros da capital portuguesa. Soares lamentou a perda de espaço dos socialistas na União Europeia. De doze dos 27 países caiu para apenas dois. Atribuiu a crise à globalização, que responsabilizou pela crise econômica.

…segundo Mário Soares

Lembrou com saudades de suas vindas ao Rio Grande do Sul e de Leonel Brizola, que segundo ele “faz muita falta”. Também elogiou Tarso Genro, que esteve recentemente em Portugal. “Ele é um homem de esquerda”. Soares não poupa críticas à União Europeia, “que está paralisada do ponto de vista institucional e do ponto de vista político perdeu a identidade”. E, lógico, critica a troika – formada pelo Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI – que atualmente dita as regras nos países em crise, como Grécia, Espanha e Portugal.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Juventude, o combustível das revoluções

Modesto Neto, é escritor, Vice-Presidente da Juventude Socialista do PDT no RN, editor do blog Diálogo Socialista e acadêmico do curso de História da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) .

Todos – ao menos uma vez na vida – pensaram em mudar o mundo para melhor. E essa é a característica mais gritante na face da juventude: a capacidade de ousar. Existem inúmeras formas de mudar, melhorar e transformar o mundo em um espaço melhor não apenas para nossos filhos e netos, mas para as gerações que surgiram e carregaram sobre as suas costas os problemas ou as soluções que criamos hoje. Cada país, cada estado, cidade ou território é um mundo e qualquer mudança – por menor que seja – nestes espaços, influenciam no mundo que se transforma cotidianamente. É por isso que pequenos gestos como reciclar o lixo, plantar uma árvore, participar de uma campanha de arrecadação de alimentos para instituições de caridade são singelos gestos que mostram a nossa forma de mudar o mundo, mesmo que em pequenas proporções.

Os artistas acreditam que podem melhorar o mundo pela arte. Cantores como Renato Russo e Cazuza denunciaram pela música as injustiças da nação e cantaram os desafios dos anos 80 no Brasil. Chico Buarque, Gilberto Gil e tantos outros fizeram da música um espaço de resistência contra o autoritarismo que ceifava vidas durante o Regime Militar (1964 - 1985) no país. Bob Marley fez da suas canções um alerta para o mundo sobre o preconceito racial. John Lennon fez da sua voz uma arma contra a violência quando denunciando as incoerências da sociedade afirmou que “vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor, enquanto a violência é praticada em plena luz do dia”. Não foi apenas a música enquanto segmento da arte que deu sua contribuição para o debate de mundo e a defesa de princípios tão caros a uma sociedade que se pretende justa.

Artistas plásticos, teatrólogos, atores, escritores, músicos e membros de vários outros segmentos da arte serviram como colaboradores no processo constante de mudança dos espaços sociais. Em 1944 Cândido Portinari terminara de pintar o quadro Os Retirantes e sua arte nesta obra expressa uma fala da história de milhares de brasileiros que se vêem obrigados a sair do Nordeste fugindo das enfermidades da miséria, da fome e da seca para buscarem a sobrevivência em outra região. Um povo sofrido e sem voz por inúmeras vezes varrido para baixo do tapete da história e ocultado pelo excesso de discursos oficiais ganham contornos na pintura de Portinari. A denuncia sobre a miséria total que assolava boa parte dos nordestinos do país ganha evidência internacional e mecanismos de governos – federal, estaduais e municipais – começam a tomar providências, por mais que não sejam apenas motivadas pela crítica do Portinari existe ai uma contribuição inconteste.

As contribuições para a transformação do mundo não foram apenas de artistas. O pastor norte-americano Martin Luther King que veio a ganhar o Prêmio Nobel da Paz foi um defensor nato da paz e da igualdade de direitos entre brancos e negros. Nelson Mandela que também recebeu o Nobel da Paz foi um paladino da liberdade, tornou-se presidente da África do Sul e usou a política como instrumento em defesa da África criando o Parque Nacional do Zimbábue, uma das maiores reservas sustentáveis do planeta, entre outras grandes conquistas.

Em todos os personagens históricos aqui citados uma característica é evidente em suas atuações, sejam na religião, na política ou nas artes. A essência da juventude que lhes deram a coragem de ousar lutar pelas suas idéias é sem sombra de dúvidas o combustível das revoluções que ocorreram no mundo. As grandes transformações passaram por atitudes ousadas de jovens que pensaram um mundo diferente e não cruzaram os braços diante dos gigantes desafios que lhes foram impostos.

Entendendo a política como espaço de tomada de decisões que afetam a vida coletiva da sociedade pode-se afirmar que no Brasil a juventude fez importantes proposições durante a história. No governo de Getúlio Vargas quando participou da campanha “O Petróleo é Nosso” que culminou no decreto que criou a maior estatal do Brasil, a Petrobras. Durante o Regime Militar (1964-1985) os estudantes convertidos muito cedo em intelectuais do povo fizeram uma resistência importante ao autoritarismo, foram às ruas, protestaram e deram a sua cara a tapa. Infelizmente muitas vidas da mocidade brasileira foram tragadas pelo dragão da Ditadura Militar. Também em defesa das eleições diretas para Presidente da República na campanha “Diretas Já”. Em 1989 tivemos as eleições diretas quando a maioria da população encantada com a política publicitária elegeu Fernando Collor de Melo, porém em 1992 acusado de corrupção no governo, Collor cai diante do movimento “Caras Pintadas” que colocou a estudantada na rua exigindo ética e respeito ao Brasil. E não se resumem a estas as mobilizações de juventude em defesa do país.

No Rio Grande do Norte, especificamente na capital, um grande numero de jovens ocuparam as galerias do poder legislativo de Natal pedindo a instalação da uma Comissão Especial de Inquérito com o intuito de investigar os contratos de alugueis firmado pela Prefeitura Municipal comandada por Micarla de Souza sob a suspeita no mínimo incomodas a atual prefeita que foi eleita em 2008 com o apoio de coronéis como o senador José Agripino Maia e da imprensa prostituída. Estudantes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) ocupam neste mês de junho de 2011 a 12ª Diretória Regional de Educação (DIRED) em Mossoró e lá pedem providências do Governo do Estado em defesa dos interesses da universidade e de uma educação pública e de qualidade. Estudantes e política, estes são os ingredientes responsáveis por esta tomada coletiva de posicionamento.

É bom ver mobilizações como as que foram citadas aqui nas duas principais cidades do RN, porém não podemos – enquanto juventude – nos restringir a ocupar espaços apenas reivindicando melhorias em eventos de protesto. Eles são importantes para manter a dinâmica da sociedade e fazer o contraponto a ordem política vigente e dominante. Porém a juventude brasileira e potiguar precisa pensar grande. Hoje existe uma apatia a política e os partidos políticos caíram em descrédito, todavia existam ainda partidos sérios que apresentam aos seus filiados a oportunidade de ter uma vida partidária e participar das decisões coletivas. Embora citemos aqui inúmeros casos onde se verifica uma juventude aguerrida é preciso ocupar os espaços propriamente políticos, exercermos cargos nos poderes legislativos e executivo pelo país e participar da pauta de discussões sobre o Brasil. É preciso pensar nossas cidades, nossos estados e a nossa nação, além de darmos nossa contribuição é preciso defender a nossa tese de Brasil. Defender as medidas necessárias em nossas cidades para que elas possam crescer com justiça social e respeito à diversidade. Construir a política com a nossa cara.

Carecemos de espaços de discussão política. Hoje a internet é um meio democrático, livre, plural e importante para estes debates. Alguns partidos apresentam espaços onde é respeitado as mais diversas falas. Contudo, existe uma parcela significativa – a maioria – de jovens que não possuem filiação partidária nem se sentem atraídos a ter a política como pauta na internet. É preciso que se estabeleçam os Conselhos de Juventude e que estes tenham uma gestão democrática e com apoio logístico dos municípios para poderem existir realmente se constituindo como uma engrenagem de suma-importância para a discussão sobre as Políticas Públicas de Juventude. Com eles e com outros instrumentos a discussão sobre política e juventude entra em uma outra dimensão e ganha novas proporções.

Já dizia o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel de Moura Brizola “é preciso inundar esse país de mentes esclarecidas”. E complementando a missão colocada por Brizola só podemos dizer que este papel é nosso, porque somos nós a vanguarda daqueles que pensam e lutam por um Brasil maior, somos nós – a juventude – o combustível das revoluções.

FONTE: DIÁLOGO SOCIALISTA – www.dialogosocialista.wordpress.com

quarta-feira, 15 de junho de 2011

REUNIÃO

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Cada vez mais estrangeiros buscam emprego no Brasil, diz Lupi

Ministro Carlos Lupi


O número de estrangeiros pedindo vistos de trabalho no Brasil é cada vez maior, no rastro da melhoria econômica do país, afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, à margem de conferência internacional em Genebra. "O que tem de chinês pedindo visto para trabalhar no Brasil é enorme", disse o ministro abrindo os braços em sinal de espanto. "O Brasil está se tornando uma Meca do trabalho para os estrangeiros."

Sem citar cifras, o ministro disse que, nos últimos três anos, houve uma total reversão, de forma que o número de estrangeiros em busca de emprego no Brasil superou o de brasileiros partindo ao exterior para trabalhar. Os vistos de trabalho para estrangeiros aumentaram 30,5% entre 2009 e 2010 no país, atingindo 56 mil autorizações ao final do ano passado, conforme dados do Ministério do Trabalho. Também excedem aos 25.440 vistos dados em 2006, antes da crise econômica global.

Em 2010, cidadãos dos Estados Unidos, Filipinas, Reino Unido, Índia e Alemanha foram os que mais receberam vistos de trabalho. No caso dos alemães, o volume aumentou 106%, para 2.904. Quanto aos indianos, a alta foi de 44%, com 3.237 autorizações em 2010. Os americanos receberam 7.550 vistos, numa alta de 35%.

O ministro explicou que as autorizações são dadas nos casos de postos de trabalho em que nem sempre há brasileiros para ocupá-los, o que significa, em muitos casos, especializações. No médio prazo, ele avalia que a solução é mesmo melhorar a qualificação dos brasileiros. Os números do ministério mostram que os pedidos indeferidos diminuíram 7,8% no ano passado. Foram 1.064 indeferidos, contra 1.154 em 2009. Os pedidos indeferidos até dezembro foram 15% a menos do que em 2007.

Outro fenômeno, segundo o ministro, é a volta de brasileiros que viviam no exterior. Somente do Japão, já voltaram 60 mil de uma comunidade de mais de 300 mil, conforme Lupi. "A moeda está forte no Brasil, o mercado está bom", comentou. Para o ministro, a economia está desacelerando — mas o volume de investimentos estrangeiros diretos mantém a demanda por trabalhadores.

PEC quer ampliar direitos dos trabalhadores domésticos

Vieira da Cunha


O deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) apresentou na manhã desta quarta-feira (15) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, parecer pela admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (478/2010), que revoga o parágrafo único do artigo 7º da Constituição Federal.

Pela proposta, serão estendidos aos empregados domésticos todos os direitos previstos no referido artigo, estabelecendo, assim, igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.

O Brasil concentra 15% dos trabalhadores domésticos do mundo, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor emprega 7,2 milhões de trabalhadores, em sua maioria mulheres, e desse total, apenas 10% tem carteira assinada.

Viera da Cunha destaca a justificativa do autor da proposta, deputado Carlos Bezerra, para o qual “não há justificativa ética para que possamos conviver por mais tempo com essa iniquidade”. O deputado pedetista declara ainda em seu parecer que compartilha com o entendimento do autor de que o parágrafo único do art.7º da CF é “uma excrescência e deve ser extirpada”.

O parecer do relator deve ser votado nos próximos dias pela CCJ.

OIT

Esta semana (10 a 17), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) deve votar durante a 100ª Reunião da Conferência Internacional do Trabalho, em Genebra, a Convenção da OIT que vai equipar direitos dos trabalhadores domésticos a de outros trabalhadores em todo mundo.

Presente na Conferência da OIT, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, declarou que a Convenção “representará, sem dúvida, um importante passo à frente nesta trajetória”. “Queremos apoiar a adoção de uma norma que estenda às trabalhadores domésticos o direito a uma vida digna com trabalho decente. O compromisso do Brasil com o fortalecimento da proteção social e a extensão da sua cobertura aos grupos mais vulneráveis é uma luta permanente”, completou o ministro.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DCE da UERN entrega ao Governo do Estado pauta de reivindicações e se reúne com Agnelo Alves

Modesto Neto, Agnelo Alves e Petrônio Andrade


O Diretório Central dos Estudantes – DCE, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) esteve nesta quarta-feira (08/junho) na Governadoria do Estado e na Assembléia Legislativa.

Petrônio Andrade e Modesto Neto respectivamente Presidente e Diretor de Formação Política do DCE da UERN, se reuniram com assessores do Governo do Estado onde entregaram a pauta de reivindicações detalhada com valores e perspectiva de gastos para atender algumas demandas estudantis como a construção de residências universitárias e a validação – com orçamento – de uma minuta de auxílios.

Após a visita a Governadoria do Estado, os representantes estudantis se reuniram com o deputado estadual Agnelo Alves (PDT). O deputado se mostrou muito solicito a discutir a pauta de reivindicações e se comprometeu em articular uma reunião do DCE com os deputados que compõem a Comissão da Educação da Assembléia Legislativa para a próxima segunda-feira (13/junho) onde haverá uma exposição por parte de Modesto Neto e Petrônio Andrade.

Petrônio Andrade considerou positiva a visita a capital potiguar e espera poder convencer os deputados a entrarem na luta pela pauta de reivindicações estudantil. “Esperamos contar com o apoio dos deputados e qualificar o debate sobre a nossa pauta de propostas para com isso sensibilizar o Governo do Estado” – frisou.

Modesto Neto agradeceu a disposição de ajudar do deputado Agnelo Alves (PDT) e já colocou um dos argumentos que irá utilizar para o embate com o Governo do Estado. “Agnelo se mostrou muito aberto ao diálogo, está ajudando ao movimento estudantil da UERN e nós agradecemos toda essa disponibilidade de articulação. Esperamos poder contar com a sua ajuda durante todo este período de greve” – solicitou. E acrescentou: “Nossa pauta de reivindicações é diferenciada, o argumento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) que é a desculpa do governo não poderá ser utilizada, a construção de residências universitárias, a disponibilidade de bolsas de auxilio para moradia, alimentação e transporte, a reforma de salas de aula que estão caindo necessitam de recursos, mas isso não é folha salarial, isso é investimento e o Governo do Estado será obrigado a fazer ou terá que ver o patrimônio público do Estado se dissolver, salas estão caindo e isso é patrimônio público” – concluiu.

Na próxima segunda-feira (13/junho) além da audiência com a Comissão da Educação da Assembléia Legislativa os representantes do DCE participaram também da uma Audiência Pública sobre o Plano Nacional de Educação – PNE.