sexta-feira, 22 de abril de 2011

Rebeldia marca trajetória da Universidade de Brasília - UnB




Ao completar 49 anos, a Universidade de Brasília conserva a marca da sua fundação: a rebeldia. Desde a insistência de Darcy Ribeiro em construir uma instituição que pensasse os problemas do Brasil, passando pela resistência à ditadura militar até os movimentos estudantis de hoje, a UnB sempre foi um local onde os inconformados lutaram para expressar suas ideias. No aniversário da universidade, comemorado em 21 de abril - o mesmo dia da fundação de Brasília -, a repórter Thássia Alves, da UnB Agência, resgata arquivos históricos e inéditos da luta dos estudantes contra a ditadura.

Um relatório de 22 páginas que integra o acervo do Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa), recém-divulgado pelo Arquivo Nacional, revela como a mobilização estudantil na UnB assustava os militares durante a invasão da universidade em agosto de 1968. O então reitor Caio Benjamin Dias pediu intervenção da polícia para defender o patrimônio da universidade, alegando que não conseguia controlar os protestos dos estudantes. Trechos do relatório revelam como foi o confronto na visão dos agentes de repressão. Os alunos eram vistos como "os pregoeiros da desordem, os que queriam a desordem da pátria e a vergonha nacional".

Um conjunto de fotos guardadas por mais de 30 anos mostra outra invasão policial na UnB, desta vez em 1977. No dia 6 de junho, o reitor José Carlos Azevedo, capitão de mar-e-guerra, também convocou a PM para reprimir os estudantes. Na semana anterior, os alunos tinham decretado greve em reação à suspensão de 16 colegas. A ocupação duraria três meses. A movimentação estudantil e a presença dos policiais no campus foram registradas pela câmera de Adonai Rocha, aluno da Faculdade de Comunicação. Um registro histórico, agora revelado com exclusividade pela UnB Agência, em reportagem de Thais Antonio.

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