De acordo com Rosana Sousa, secretária nacional de Juventude da Central Única dos Trabalhadores - CUT Brasil, os jovens estão participando de todas as atividades e mobilizações nacionais em prol da campanha. "Não existem mobilizações separadas que sejam realizadas exclusivamente pela juventude, o que quer dizer que os jovens estão incorporados em todas as mobilizações das centrais sindicais. Sempre há participação dos jovens nas ações, atividades realizadas no Congresso e acampamentos em Brasília", assegura.
Já para Jefferson Tiego da Silva, secretário de Juventude da Força Sindical, a atuação dos jovens ainda está precária. "Os jovens não têm consciência sobre os benefícios da redução, ainda precisam ser muito orientados sobre a importância desse projeto. Por isso, pretendemos fazer uma mobilização com a juventude, em Brasília, no mês de maio, a fim de mostrar que os jovens estão unidos por esta causa. Pretendemos também fazer um protesto eletrônico e agendar um dia e horários específicos para enviar e-mails e reivindicações para os deputados".
Os jovens poderão ser beneficiados de forma bastante positiva caso a Proposta de Emenda à Constituição - PEC 231/95 seja aprovada, pois ao todo se estima que sejam criados dois milhões de novos postos de trabalho no país e, destes, cerca de 500 mil podem ser direcionados particularmente para a população de até 24 anos.
"Alguns setores da sociedade como os negros, as mulheres e os jovens ainda têm muita dificuldade em conseguir trabalho. Com a criação de novas vagas estas pessoas terão mais espaço e facilidade para serem inseridas no mercado de trabalho", acredita Rosana.
Outro benefício ocasionado pela redução da jornada será a possibilidade de utilizar o tempo para estudar. Com a precoce entrada no mercado de trabalho, vários jovens abandonam os estudos ou não têm a possibilidade de realizar cursos superiores ou técnicos, a fim de se qualificar e posicionar melhor no mercado. A situação acarreta na permanência em postos precários e mal remunerados.
"A oportunidade de trabalhar e estudar é para nós o principal benefício. Hoje, o jovem não consegue conciliar as duas atividades porque precisa em média de duas horas para ir para o trabalho e de mais duas para voltar, fora as oitos horas de trabalho e mais três ou quatro horas na escola. E a vida, o descanso, a família? No final do ano esta situação ainda piora com a intensificação do trabalho nas empresas e as provas nas escolas", pontua Jefferson.
Rosana reforça que com a falta de qualificação o jovem se obriga a se submeter a trabalhos precários."Com a ausência de um nível escolar mais alto o jovem é obrigado a pegar subempregos, acaba ficando sem proteção social e muitas vezes adoece mais facilmente pela insalubridade de alguns locais de trabalho".
Entre outras melhorias, a redução da jornada gerará mais qualidade de vida e bem estar social, já que, comprovadamente, a alta carga de trabalho ocasiona doenças como estresse, depressão, hipertensão, distúrbios do sono, lesão por esforços repetitivos, além de danos causados por péssimas condições de trabalho.
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